segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Maha Shivaratri

Antes de ontem vi um blog que falava sobre o Maha shivaratri, mas não sábia quando era e deixei quieto, ontem descobri que o Mahashivaratri aconteceu antes de ontem, no mesmo dia que descobri sobre o assunto. (ha ha..) O Maha shivaratri aconteceu no dia 11/02/2017.

No Shivapurána é dito que, em todos os meses, a noite anterior ao dia da Lua Nova é dedicada a Shiva. Essa noite é chamada Shivarátri, a 'noite de Shiva'. Uma vez ao ano, no mês de fevereiro/março, chamado mágha, há um dia e uma noite inteiros dedicados a Shiva, chamados Maháshivarátri.

Nesse periodo muitos fazem jejuns, meditações, orações, recitações do mantra om namah shivaya, com o intuito de dominar o corpo e a mente para obter o autoconhecimento.

Mesmo que tenha uma data especial para o Maha Shivaratri, todo dia é dia de festejar o Maha Shivaratri, com muita devoção e amor.

OM NAMAH SHIVAYA

Sou grata, Namastê.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

História de Shiva e Parvati

Há uma antiga crença entre os hindus... Muito, muito tempo atrás, na antiga Índia, os deuses e as deusas, sempre que desejavam, desciam do céu a Terra e tomavam a forma dos seres humanos. Apesar de parecerem e viverem como tais, eles tinham surpreendentes poderes – siddhiis – que, obviamente, não eram humanos.
Eles podiam tomar a forma de qualquer coisa, de animais, plantas, árvores ou rochas e retornarem a aparência humana a qualquer momento. Os deuses e as deusas também podiam surgir nos sonhos das pessoas que, sinceramente, os adoravam e conceder a elas certas bênçãos especiais. As pessoas que recebessem tais bênçãos podiam também realizar grandes poderes mágicos. Na Índia, histórias fascinantes desses tempos longínquos são, até hoje, tradicionalmente, contadas e recontadas com grande entusiasmo e reflexões. 
Conta uma antiga tradição que, além de serem casados no céu, Shiva e Adishakti sempre que decidiam tomar a forma humana, eles se reencontravam na Terra e se casavam outra vez. Na história a seguir, Adishakti nasce como a bela princesa Parvati, enquanto Shiva, um poderoso yogue indiano. Parvati sabia que Shiva é seu único homem e amor, mas, sendo Shiva tão compenetrado e determinado nos ideais de asceta e com a prática de concentração e meditação, Parvati não conseguia fazer com que ele a percebesse e se casasse, novamente, com ela. Na angustiante tentativa de despertar o interesse e amor de Shiva, Parvati torna-se uma yoginii e passa a viver numa floresta meditando constantemente em seu nome. Essa antiga e interessante história de amor segue seu destino com Mena, uma formosa jovem escolhida para ser devota de Shiva e que mais tarde se tornaria a mãe terrena de Parvati. 
Mena era uma jovem princesa que, com todo o seu coração, adorava muito o Senhor Shiva. Sentindo-se agraciado pela verdadeira devoção de Mena, Shiva a presenteou com uma benção – siddhii – muito especial: a habilidade mágica de transportar-se para qualquer lugar. Mena era feliz por há muito tempo ser uma fervorosa devota de Shiva, mas seu real desejo era algum dia poder conhecê-lo. Certo dia, ao tomar conhecimento que o Senhor Vishnu havia convidado os deuses e sábios para uma visita a sua ilha no céu, ela ficou muito esperançosa de, muito em breve, poder realizar o seu antigo sonho. Como Shiva era grande amigo de Vishnu, provavelmente, ele também seria convidado. Tudo de que ela precisava fazer era se transportar para a ilha no céu, quando chegasse o momento. Como seu coração estava tomado pela euforia e a possibilidade de, realmente, encontrá-lo, ela partiu... 
Mena surgiu, primeiramente, diante de Vishnu, que era bem conhecido pela sua generosidade e hospitalidade. Olhando para sua face, Vishnu percebeu o profundo amor que ela nutria por Shiva. Com um amável sorriso, disse-lhe: “Gostaria a senhorita de permanecer e conhecer meus amigos? Shiva, em breve, chegará!”. Tão enorme era a devoção de Mena que o simples fato de pensar em vê-lo a fez entrar numa espécie de transe, então, ela sentou-se ao chão em profunda contemplação. Absorta, não percebeu que os deuses e os sábios haviam começado a chegar para a reunião. 
Se os ilustres convidados soubessem que Mena estava sob efeito de um intenso transe por causa de Shiva, eles, certamente, iriam compreender a razão pela qual ela não se levantou e aproximou-se para cumprimentá-los. Mas como não sabiam, eles balançaram suas grisalhas cabeças e demonstraram completa desaprovação: “Essa garota! Que desrespeito!”. Antes que Vishnu tivesse a chance de explicar o ocorrido, um dos velhos sábios murmurou: “garota mal-educada, pelo fato de você não ter se levantado para nos cumprimentar, você se casará com uma montanha!”. Quando ela recobrou os sentidos, Mena tentou de todo modo se desculpar e implorou perdão, mas seu destino não poderia ser mais alterado. Ao retornar a Terra, ela lamentou profundamente o ocorrido: “Como poderei me casar com uma montanha?”. E chorou desoladamente. 
Anos mais tarde, Mena escalou o Himalaia – o rei das montanhas. Himalaia também havia recebido uma benção especial dos deuses que o permitia se transformar em qualquer coisa que ele desejasse. Na maioria das vezes, ele tomava a forma de uma vasta cordilheira de montanhas que ia do leste ao oeste e cujos picos são os mais altos do mundo. Foi assim que Mena o encontrou. O sopé do Himalaia era coberto por exuberantes matas. 
Na primavera, o derretimento da neve enchia abundantemente os rios e lagos com água fresca e gelada, o que atraia centenas de pássaros e animais. Muitos sábios e yogues lá viviam e meditavam no interior de cavernas. Mahadeva Shiva sempre que vem a Terra toma a forma de um yogue e escolhe como sua morada os lugares mais distantes, especialmente, o silencioso e gelado Monte Kailash – o mais alto de todos os picos cobertos de neve da cadeia de montanhas do Himalaia. 
Himalaya – o rei das montanhas – se orgulhava por ser Shiva seu hóspede especial. Mas, quando Himalaya sentiu que a amável Mena vagava pela suas “costas” e escutou seus lamentos, o desejo por ter uma esposa cresceu em seu coração e ele se apressou para se apresentar a ela na sua forma humana. Ele era um belo e sábio homem. Mena e ele trocaram histórias, mencionaram a respeito da devoção que ambos tinham por Shiva e ela percebeu que não seria uma má ideia casar-se com uma montanha. 
Mena e Himalaya desejavam ter filhos e logo se casaram. Eles oraram para a deusa mãe Adishakti e pediram para que ela entrasse em suas vidas. Adishakti ficou tão satisfeita com a oração que resolveu nascer na Terra como filha deles. No céu Adishakti é esposa de Shiva. Quando ela viesse a Terra, reencontraria Shiva e, como sempre, se casaria com ele outra vez. O recente casal não tinha ideia de que, no futuro, a filha deles se tornaria esposa de Shiva.
Quando Mena deu à luz uma menina, ela e Himalaya ficaram muito felizes e a chamaram de Parvati. Parvati cresceu e tornou-se uma bela e independente menina, orgulho de toda a família. Quando ela tornou-se um pouco maior, seu pai a presenteou com uma mágica carruagem voadora, que poderia levá-la, de modo seguro, a qualquer lugar. Quando Parvati já era quase uma moça, o Sábio Narada visitou Himalaya. Narada podia viajar a velocidade da luz, alcançando grandes distâncias num piscar de olhos. Muito vivaz ele mantinha o cosmos inteiro sob sua constante observação. Sua visita de surpresa era conhecida e sempre trazia notícias de terras longínquas. Ele também gostava de apontar tarefas e obrigações que as pessoas não haviam realizado e as estimulava. 
Com grande alegria e humildade, Himalaya deu boas-vindas ao grande sábio e, talvez, no fundo de sua alma havia um pouco de apreensão. Himalaya trouxe Parvati para ser apresentada ao sábio: “Oh! Narada poderia ler o horóscopo de minha filha?”. Narada observou, cuidadosamente, a criança e estudou seu horóscopo. Então, ele limpou a garganta: “Himalaya, sua filha possui todos os sinais sagrados em seu corpo e seu horóscopo é auspicioso. Ela somente lhe trará felicidade”. Mas..., limpando a garganta outra vez: “Vejo uma dificuldade, seu esposo será um yogue nu. Ele será livre de todos os desejos e necessidades, não terá nenhum ente familiar e sua aparência e maneiras poderão desagradar e assustar”. 
Himalaya preocupado e receoso: “O que posso fazer para ajudar a minha filha? Há solução?”. Narada rapidamente finalizou a explicação: “Não se preocupe. O noivo de Parvati não será ninguém mais do que o Senhor Shiva. Você deve garantir que ela não se case com nenhum outro homem.”. Himalaya ficou confuso: “Mas Shiva encontra-se completamente na mais profunda meditação. Ele não tem interesse por mulheres ou por se casar. Como poderá minha filha conseguir sua atenção e conquistar seu coração?”. “Entendo que você não tenha a consciência da verdadeira identidade de sua filha, ela é ninguém mais do que a deusa Adishakti, a eterna esposa de Shiva.”, replicou Narada. 
Himalaya passou adorar ainda mais a sua filha, por saber quem ela realmente era. Mas, ele manteve a revelação de Narada consigo. Anos mais tarde, Mena disse a Himalaya: “É hora de encontrar um marido para nossa filha”, pois ela havia se tornado numa amável e jovem mulher. Circunspeto, Himalaya voltou-se para Mena: “Minha querida, você deve ensinar a ela como orar a Shiva, pois é com ele que ela se casará.”. Os olhos de Mena encheram-se de lágrimas. Ela sabia que ser devota de Shiva não era uma fácil tarefa. Ninguém havia amado Shiva mais do que ela, e em todos esses anos ela jamais conseguiu vê-lo. Como poderia ela deixar sua filha passar por tal desapontamento? Mas, Himalaya contou-lhe a predição de Narada, e, então, ela concordou falar com sua filha. Mena levou Parvati a um lugar distante e explicou-lhe: “Você deve fazer de tudo para agradar Shiva, pois ele será seu marido.”. 
Shiva decidiu se fixar nos picos do Himalaia e iniciar um novo ciclo de meditação. Tão logo Himalaya havia percebido que Shiva encontrava-se nas proximidades, o rei trouxe Parvati até ele. Parvati colocou uma oferenda de flores e frutas diante de Shiva e permaneceu silenciosamente. Himalaya falou com reverência: “Oh! Senhor Shiva, estou honrado pela sua visita. Ordenei que nenhum homem, animal ou pássaro o perturbe. Por favor, permita que a minha filha Parvati o sirva e cuide de todas as suas necessidades, enquanto estiver aqui.”. 
Shiva abriu seus olhos o suficiente para olhar de modo penetrante para eles, e perguntou: “Por que está empurrando sua filha para mim? Sou um yogue. Não preciso da atenção de uma mulher.”. A dureza de suas palavras amedrontou Himalaya. Mas, Parvati reconheceu que Shiva era seu eterno esposo. Determinada e sem medo, lhe falou: “Shiva, somos uma única pessoa. Você e eu somos um. Somos incompletos um sem o outro. Oh! Senhor, eu lhe imploro, por favor, deixe-me servir-lhe.”. Shiva percebeu verdade nas palavras de Parvati, apesar de ele não dizer nada a ela. Virou-se para os seus auxiliares – os Shivaganas – e falou rispidamente: “Não a incomodem. Ela tem permissão para ir e vir”. 
Shiva permaneceu em profunda meditação e tornou-se indiferente a ela, mas a devoção de Parvati tocou os corações de todos os outros deuses. Indra – o rei dos deuses menores – estava preocupado com ela. E decidiu pedir ajuda aos seus amigos Kama e Rati. Quando Kama – o deus do amor e dos desejos humanos – e sua esposa, Rati, dançam, o ar torna-se pleno do sentimento de amor, como uma explosão da primavera. E quando Kama aponta sua flecha mágica de flores, seja quem for por ela acertado, torna-se preenchido pelo desejo do amor. Disse Indara a “Kama”: “Por favor, faça alguma coisa. Shiva precisa perceber Parvati. O amor dela não pode ser em vão.”. “Claro!”, concordou Kama: “Rati e eu faremos de tudo pela felicidade de Parvati. 
Kama andando nas pontas dos pés se aproximou silenciosamente de Shiva, encontrando um lugar escondido de onde ele poderia arremessar certeiramente a sua flecha. A primavera despertou, pássaros cantavam, flores desabrochavam e suas fragrâncias eram levadas pela brisa. O amor estava por todos os lugares – até mesmo o mais cruel e árido dos corações não podia ignorar o arrebatador desejo provocado por Kama. 
Shiva percebendo a mudança repentina no ar suspeitou que Kama estaria próximo. Mas antes que ele pudesse investigar, Parvati vestiu-se com frescas e coloridas guirlandas e apareceu diante dele. “Oh! Querida Parvati, você está mais linda do que nunca”, pensou Shiva. Então, ele olhando ao seu redor, avistou Kama escondido entre os arbustos, preparando-se para lançar uma flecha de flores em direção ao seu coração. Shiva ficou furioso pelo fato de sua concentração ter sido interrompida. Ele voltou sua face para Kama e com um simples olhar destruiu a flecha mágica. Então, o terceiro olho de Shiva, no meio de sua fronte, se abriu e um raio de fogo fulminante consumiu o desprecavido Kama, reduzindo-o num bocado de fumaça. Rati desconsolada caiu em prantos e correu desesperadamente em busca de ajuda. Os deuses ficaram aterrorizados por ver Kama ter este infortúnio final, mas não havia nada que eles pudessem fazer. Determinado a retornar a meditação, Shiva desapareceu do local.
Om namah shivaya
Inconsolada, Parvati retornou a casa de seus pais. Eles pediram ajuda ao sábio Narada. “Eu tenho tentado de todas as maneiras”, disse Parvati. “O que mais posso fazer para conquistar o coração do meu amado Shiva?”. Narada, com uma voz calma, respondeu: “Você deve meditar no seu nome. Simplesmente repita Om Namah Shivaya e não perca as esperanças. Para você Parvati, nada é impossível!”. 
Dá-se início a mais severa prova. Para se preparar, Parvati se desfez de suas jóias e ornamentos, substituindo-os por simples colares de contas e de suas peças de roupa de seda macia por tecidos de algodão. Ela partiu para onde o havia visto pela última vez, seu coração estava tomado pela saudade. Estava determinada a fazer qualquer coisa que pudesse trazê-lo de volta. 
Parvati acatou todas as privações de um asceta. No calor do verão, sentava-se dentro de um círculo de fogo e repetia: “Om Namah Shivaya”. Na estação de chuva, entre raios e relâmpagos, ela continuava a repetir o nome de Shiva, até mesmo durante as piores tempestades. No inverno, ela permitia que a neve cobrisse seu corpo, enquanto mantinha sua mente pura e focada: “Om Namah Shivaya”. Ela repetia o nome de Shiva sem parar. Mas, mesmo assim, ele não veio. 
Ela passou um ano apenas alimentando-se de frutas e no ano seguinte, apenas de folhas. Ela desistiu completamente dos alimentos e passou a viver de ar e água. Depois, somente de ar. Sua respiração mal podia ser ouvida e mesmo assim ela continuava a repetir: “Om Namah Shivaya”. Mas, Shiva não veio. 
A profunda meditação de Parvati começou acalmar os animais ao seu redor. Os animais ferozes perderam a sua ferocidade, enquanto os animais mais indefesos, o medo. Tigres, leões, búfalos, macacos, coelhos, pássaros, dentre outros animais se aproximaram silenciosamente e se posicionaram ao redor de seus pés. As plantas e árvores passaram a produzir uma grande quantidade de frutos e folhas para todos os animais e pássaros, e a floresta tornou-se um oásis de amor e paz. “Om Namah Shivaya”, Parvati repetia. Mas, Shiva, ainda assim, não veio.
Incapazes de suportar o sofrimento de sua filha, Himalaya e Mena foram até Parvati. “Filha, isso não funciona. Por que você insiste? Shiva se quer percebe sua presença. Querida filha, volte para casa conosco!”, eles disseram. Mas, “Não”, disse Parvati. “Não vou desistir. Shiva virá!”. Ela, então, fechou seus olhos e continuou a meditação. Desconsolados, seus pais retornaram. 
Parvati voltou a se concentrar e o som melódico de sua mentalização fez com que cada célula de seu corpo vibrasse intensamente. Breve, o som transformou-se em calor e Parvati começou a brilhar com uma lâmpada e depois, como uma bola de fogo que passou irradiar intensas ondas de calor. Tudo ao seu redor começou a se aquecer até que todas as plantas, animais e até mesmo o solo se ressecaram. E ainda sim Parvati repetia sem parar o nome de seu amado. Até os deuses começaram a sentir que o céu estava transformando-se num inferno. Até eles não suportariam o calor por mais tempo. 
Então, Brahma, Vishnu e outros deuses menores viajaram para onde Shiva se encontrava. Permanecendo todos em silêncio, numa postura de humildade, eles esperaram Shiva terminar a sua meditação. Quando Shiva, finalmente, abriu seus olhos, perguntou: “O que os trouxe aqui?”. Os deuses uniram as palmas das mãos ao centro do peito e o saudaram. “A meditação de Parvati está queimando o universo inteiro, querido Senhor. Ela não vai desistir enquanto não reconhecer o amor dela por você e se casar com ela.”. “Eu compreendo”: disse Shiva. “Eu considerarei...”. 
Shiva, então, decidiu testar Parvati pessoalmente. Trajado como um velho sacerdote brâmane, ele apareceu diante dela. “O que seu coração deseja minha querida jovem yoguina, ao ponto de recorrer a mais severa meditação?”, ele perguntou. “Meu coração pertence à Shiva”, replicou Parvati. “Minha respiração anseia por reencontrá-lo.”. O velho brâmane deu uma risadinha: “Shiva? Aquele homem mal-humorado, feio e sem lar? Ele não tem nada para oferecer a uma garota como você. Ele vive nas florestas e nos cemitérios. Seus atendentes – Shivaganas – são criaturas horrorosas. Você, certamente, teria uma vida de sofrimento com ele. Mude de ideia. Ainda há tempo de você se salvar.”. Os olhos de Parvati brilharam de indignação. “É um pecado terrível disser tais coisas! E um grande pecado, até mesmo, ouvi-las!”. 
Percebendo que ele estava sendo rude, deu suas costas para o ancião. E foi colocar mais gravetos na fogueira para que pudesse terminar a sua meditação. Mas, o velho homem segurou seu braço e perguntou: “Por que se afastou de mim, minha querida? Por favor, se case comigo!”. Assustada, Parvati percebeu que o velho brâmane havia desaparecido. Então, seu coração saltou, pois em seu lugar estava o amor de sua vida, aquele pelo o qual havia resistido as mais difíceis provações. Shiva! Por fim, ele, finalmente, veio! “Sim”, ela respondeu cheia de felicidade. “Eu me casarei com você!”. 
Para completar a sua felicidade, Parvati quis compartilhar a boa notícia com seus pais. Eles também haviam passado por apreensões, penúrias e tristezas por causa dela. Então, ela partiu ansiosa para contar-lhes. Enquanto isso, Shiva vestiu-se como um dançarino de rua e seguiu, separadamente, para o palácio de Himalaya, cantando, dançando e tocando o seu tambor. Mena recebeu o dançarino com hospitalidade e até mesmo trouxe-lhe presentes preciosos, mas ele queria somente uma coisa: pedir a mão de Parvati em casamento. “Estou receosa de que isso não seja possível.”, disse Mena. “Minha filha tem esperado, por toda a sua vida, por se casar com Shiva. Ela não vai querer se casar com um dançarino de rua como você. Por favor, vá embora.”. O dançarino rejeitou os presentes e continuou a dançar. “Estou aqui para pedir a mão de Parvati em casamento”, ele insistiu. 
Himalaya, por extensão, irritou-se com a insistência do desconhecido dançarino e ordenou aos seus soldados para levá-lo para fora do palácio. “Pegue-o!”, disse. Mas, como Shiva brilhava como milhares de sois, ninguém podia tocá-lo. “Tirem o daqui!”, ordenou Himalaya. Mas, Shiva rodopiou e como a mais sólida e pesada das montanhas ninguém conseguia movê-lo. 
Então, Himalaya, Mena, Parvati e todos os presentes entraram num estado de encantamento. Eles avistaram o Senhor Vishnu com sua concha, seu disco – chakra –, sua clava e a flor de lótus. Eles avistaram as quatro faces do sábio Senhor Brahma e também Shiva com seus três olhos, seu tridente e sua lua crescente. Então, eles presenciaram o universo inteiro brilhar ao redor do misterioso dançarino. Shiva – o Senhor de todos os deuses –, estava ali, no pátio, dançando feliz, enquanto pedia a Mena e ao Himalaya a mão de sua filha Parvati. 
Os pais de Parvati ofereceram aos noivos uma maravilhosa cerimônia e festa de casamento e quando ela acabou, Shiva e Parvati partiram felizes para o monte Kailash. Os olhos de Mena e Himalaya brilhavam de tanta felicidade, pois, finalmente, sua querida filha tinha conquistado o coração de Shiva.
OM NAMA SHIVA
ADI SHAKTI ADI SHAKTI NAMO
NAMO SHIVA SHAKTI
 
Tirado do blog: http://infinitoluminoso.blogspot.com.br/

Gratidão _/|\_ Namastê.